GREGOR SAMSA NÃO MORREU

Olho pra mim, confuso e desbotado ser, e acho um barato
Ver asas marrons de insetos crescendo nas minhas costas
Ver mil esperanças ectoplasmáticas quase mortas
Reluzindo novamente na minha alma cinza de rato.

Aí eu espicho o rabo e escancaro a bocarra e berro
Gregor Samsa não morreu não meu
Gregor nunca se apaga
É como fogo de Prometeu !

E em seguida deito e me empapuço
De uma policromática overdose de metamorfose
Pra mudar radicalmente e ser feliz
Aqui no inferno ou no paraíso, brother
É tudo sempre por um triz.

Aí que dor de dente !